Evangelho do dia: Os cristãos precisam dar a vida pelo que acreditam

05/02/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Algumas pessoas assistiram ao filme Bad Boys, que foi lançado no ano de 1995. Dois policiais tiveram que se unir para recuperar um carregamento de drogas que havia sido extravidao. Contando com a ajuda de uma informante, que se torna amiga de ambos, esses policiais assumiram a identidade do parceiro e acabaram descobrindo que o carregamento havia sido roubado de dentro do depósito da polícia. Quando se viram ameaçados, os traficantes sequestraram a informante e os policiais deixaram de lado as regras a que deviam se submeter e partiriam para resolver o problema do seu jeito. Hoje diríamos que eles foram brutos, rústicos e sistemáticos, pois colocaram todo mundo na dança, até conseguirem o que queriam.

Embora fossem chamados de bad boys, esses policiais eram cumpridores dos seus deveres. Acontece que chegou um momento em que eles não puderam mais seguir as regras da polícia, porque sabiam que a coisa não se resolveria. Para eles, felizmente, tudo terminou como nos filmes de contos de fada: eles foram felizes para sempre.

O evangelho não serve para comédia, como é o filme Bad Boys, mas nele podemos encontrar gente corajosa e de ação – João e Jesus, por exemplo – e também pessoas que às vezes se acham acima da lei – como Herodes.

No evangelho de hoje, Marcos (6,14-29) não dá prosseguimento à história dos discípulos que foram enviados por Jesus em missão. Fala da fama de Jesus que se espalhava pelo país, a ponto de ser comparado com João Batista que há pouco havia sido decapitado, com Elias ou com algum dos profetas.

Marcos conta como se deu a morte de João Batista. Esse homem humilde e simples começou a sua atividade pregando a conversão de Israel em vista da vinda de Jesus. Até Herodes o respeitava, porque o tinha como profeta. Embora convidasse a todos a se converterem, João somente saiu do sério quando Herodes tomou por esposa a mulher do seu irmão, Felipe. João dizia que não era lícito que o rei fizesse isso. Por isso, passou a ser odiado por Herodíades. No dia do seu aniversário, e Marcos coloca isso como um mestre de teatro, a filha da concubina de Herodes dançou lindamente para os convivas de Herodes, que lhe prometeu o que quisesse, mesmo que fosse a metade do seu reino. A moça, após consultar a mãe, pediu que Herodes lhe entregasse numa bandeja a cabeça de João. João foi decapitado, mas seus discípulos de João puderam pegar seu corpo e lhe dar um enterro digno.

João Batista não podia ficar calado diante da corrupção dos valores e da fornicação existentes dentro do palácio real. Só que ele não tinha soldados ou policiais para defendê-lo. Por isso, caiu nas garras da velha raposa que era Herodes que o sequestrou e mandou para a prisão. Seus discípulos se viram diante do muro intransponível do palácio real e só após a morte é que conseguiram recuperar o corpo do mestre.

A história foi trágica, mas de certo modo teve um final feliz: Herodes passou para a história como um rei cruel. Ele teve também a oportunidade de participar da condenação de Jesus. Foi um daqueles que não suportavam a fama de alguém que se tornava mais conhecido e amado do que ele.

João passou para a história como precursor de Jesus, isto é, como aquele que preparou o povo para a chegada do Messias. Por isso, é lembrado hoje tanto como o homem da alegria como também profeta da conversão. É quando João morre que começa a tomar pé a atividade missionária de Jesus.

Se os cristãos fizessem como os bad boys Marcus Burnett e Mike Lowrey, isto é, como João, talvez muita coisa estivesse mudada no mundo de hoje. Por exemplo, as famílias seriam respeitadas, jovens não desapareceriam como acontece em Luziânia, em Goiás, ou não seriam assassinados como aconteceu há poucos dias em Campo Grande.

Nós devemos tomar o seguimento de Jesus como algo pessoal. Se temos alguma coisa para defender, não podemos ficar parados, esperando que as autoridades tomem suas providências. Precisamos, sim, assumir a nossa tarefa de procurar uma solução como comunidade e como seguidores de Jesus. Somente assim poderemos honrar o amor que Ele teve para conosco. João deu a vida pelas causas que defendia; Jesus deu a sua vida por nós; e nós pelo que damos a nossa vida?