Evangelho do dia: Os servidores de Deus a serviço dos homens

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Os anjos são seres misteriosos e de forma misteriosa o profeta Daniel fala deles na famosa profecia sobre o Filho do Homem que a liturgia de hoje nos faz ler: “Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono”. Daniel não fala de anjos. Fala de fogo, de milhares, de milhões. São verdadeiramente seres misteriosos.
Nós os representamos como homens com rosto suave e doce. Nas Escrituras, ao contrário, eles são apresentados como seres terríveis, que metem medo, porque são a manifestação do poder e da santidade de Deus, que nos ajudam a adorá-lo de maneira adequada, como diz o Salmo: “Quero te cantar diante dos teus anjos, prostro-me voltado para o teu templo santo”.
Na visão de Daniel não são os anjos os seres mais importantes: vemos mais adiante “um, semelhante a um filho de homem” e é ele, não os anjos, que é introduzido diante do trono de Deus, e é a ele que “dá poder, glória e reino”, é a ele que “todos os povos servirão”.
A mesma coisa nós vemos no evangelho de hoje, de João 1,47-51. Os anjos estão a serviço do Filho do homem. “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”, dirá Jesus, aludindo seja à visão de Daniel seja à visão de Jacó, que no sono vê os anjos subirem e descerem sobre o lugar onde estava deitado e que dá o sentido da presença de Deus em todos os lugares da terra.
Os anjos de Deus estão, portanto, a serviço do Filho do homem, isto é, de Jesus e Nazaré. A nossa adoração não é para os anjos, mas para Deus e para o Filho de Deus.
Os anjos são, portanto, servidores de Deus, que ele, na sua imensa bondade, coloca ao nosso serviço e que nos ajudam a ter um profundo sentido da sua santidade e majestade e, ao mesmo tempo, um sentido de confiança, porque estes seres terríveis estão ao nosso serviço, são nossos amigos.
Peçamos a Jesus, nesta festa dos Santos Arcanjos, que nos faça compreender de verdade a sua santidade e grandeza infinita, para que nos prostremos sempre com maior reverencia à sua presença, diante dos seus anjos.

Fonte: La Chiesa