18/11/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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Uma das coisas mais bonitas numa pessoa é o amor que ela tem por seu torrão natal. Quando alguém fala do lugar onde nascemos, quando elogia, a gente se sente feliz. Olhando a maneira como a nossa terra é administrada, nós podemos ver o futuro que lhe está reservado.
No evangelho de hoje, Lucas 19,41-44 fala de Jesus chorando por Jerusalém. Ao mesmo tempo, Ele profetiza uma realidade que continuamos contemplando hoje. Existe divisão, existem enfrentamentos, existem desencontros, existem guerras. Ao longo de todo o Antigo Testamento a Terra Prometida foi um ponto de referência, uma esperança e, até certo ponto, a garantia de um povo. No entanto, não é suficiente para a salvação, a terra não deixa de ser um lugar e seus membros os responsáveis pelo que acontece.
O evangelho de hoje parece surpreendente. Por um lado, Jesus profetiza uma realidade negativa sobre o mundo e, por outro lado, chora pelo presente e pelo futuro de um povo. Jesus ama sua terra, ama seu povo e sofre pelo que não vê nele. O enfrentamento é consequência da incompreensão daquilo que traz a paz, da obstinação em acreditar que a paz no mundo não é apenas resultado da paz que cada pessoa constrói consigo mesma. Talvez quando Jesus chora está tendo uma visão das guerras que acontecerão no futuro, está vendo toda a dor que o homem inflige a si mesmo. Ele vê que o homem, a criatura que Deus ama apaixonadamente, pode destruir-se a si mesmo.
Podemos pensar na guerra como algo distante de nós, algo fora da nossa realidade do dia a dia. Pensamos que seja algo pelo qual pouco podemos fazer. No entanto, nós podemos ser os anjos da paz ou os demônios da guerra. Porque a guerra pior que existe é o ódio, o rancor, a prática da injustiça com as próprias mãos. Quando não perdoamos uma falta de caridade que nos fizeram, quando guardamos ou nos lembramos do mal que nos fizeram, não estamos entendendo o que nos leva a viver em paz. Isso acontece porque o homem tem um sentido de justiça limitado e, sobretudo, impossível de realizar de maneira horizontal ou porque nós somos limitados e caímos muitas vezes, somos feridos e ferimos, ainda que sem intenção, e vamos ser machucados até em nossos sentimentos.
Mas o evangelho de hoje nos convida a ter um sentido de uma paz que seja possível de ser alcançada. A paz é fruto do amor e do perdão, da compreensão e da luta para melhorar e amar sem medida. Que as lágrimas de Jesus nos ajudem a aceitar as regras flexíveis do Seu amor.