Evangelho do dia - São Timóteo e São Tito: modelos de anunciadores do evangelho

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Hoje, comemoramos a festa dos bispos São Timóteo e São Tito, discípulos e colaboradores do apóstolo Paulo, que presidiram respectivamente às Igrejas de Éfeso e de Creta. Paulo dirigiu a eles as Epístolas «Pastorais», que contêm admiráveis recomendações para a formação dos pastores e dos fieis.

Na carta a Timóteo, São Paulo o define como seu filho na fé (1 Tm 1,2). Nessa epístola, convida-o a promover a oração por todos, porque é desejo de Deus que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2,4). Ele ainda roga aos dirigentes da Igreja que sejam exemplares e guardiães da doutrina, como forma de se salvarem a si mesmos e aos fieis. No fim da epístola, o Apóstolo diz: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, A qual, professando-a alguns, se desviaram da fé” (1 Tm 6,20-21).

Na carta a Tito, São Paulo o define como verdadeiro filho, segundo a fé comum (Tt 1,4). Segundo ele, o bispo deve ser irrepreensível, guardião da sã doutrina. Tito deve falar aos cretenses o que convém à sã doutrina (Tt 2,1).

O evangelho de hoje é tirado de Lucas 10,1-9, que fala da escolha feita por Jesus dos setenta e dois discípulos para que sigam à frente, anunciando a boa nova por todas as cidades pelas quais haveria de passar. A mensagem que eles deviam transmitir eram sobre a paz e a proximidade do Reino de Deus que se concretizava na pessoa de Jesus. Os discípulos não deviam levar nem bolsas, nem sacolas, nem sandálias ou cumprimentar alguém pelo caminho.

Esse evangelho é também importante no mundo de hoje. Os anunciadores do evangelho devem ser portadores da paz e, apesar das dificuldades, não podem se deixar dominar por qualquer doutrina. A única doutrina possível ao padre, ao bispo, ao catequista e a qualquer anunciador do evangelho é aquela que diz respeito ao Reino de Deus. Tudo o que estiver de acordo com o Reino de Deus deve ser colocado em primeiro lugar. O Reino de Deus é a presença do próprio Deus governando o mundo.

O que está de acordo com o Reino de Deus é o serviço à vida, à justiça, à paz, a solidariedade e a fraternidade. É por isso que a Igreja defende a vida desde a concepção e procura promover a paz e a concórdia entre os povos. Em um momento de catástrofes como as vividas pelos brasileiros por causa da chuva e pelos haitianos por causa do terremoto também devemos colocar em ação a nossa solidariedade. É essa a melhor maneira de fazer com que as pessoas sofridas possam ver o rosto de Jesus nos dias de hoje.

O anúncio do Reino não pode ser atrapalhado por nada. Quando partimos para uma empreitada, temos a mania de nos preparar para levar tantas coisas desnecessárias. No entanto, Jesus diz que o portador da mensagem evangélica não pode se deixar atrapalhar por nada. Nem mesmo as pessoas podem interromper a sua caminhada. A meta da sua pregação é a preparação para que todos possam ouvir aquele que o enviou.

O que atrapalha hoje o anúncio do evangelho é a própria dispersão do anúncio do evangelho por diversas correntes religiosas que colocam interesses pessoais à frente do interesse da comunidade e dos propósitos de Jesus. O resultado dessa dispersão é que a religião se tornou um produto comerciável em vez de ser o alegre anúncio da libertação trazida por Jesus.

São Timóteo, em Éfeso, e São Tito, em Creta, foram homens dedicados ao anúncio do evangelho e ao combate a qualquer doutrina que não fosse de acordo com o evangelho. Nós devemos a eles a continuidade do trabalho missionário de Paulo e da difusão da fé cristã em suas respectivas Igrejas, que ajudaram a formar a Igreja de Jesus no mundo.

A exemplo deles, hoje, nós somos os continuadores do seu trabalho. Somos convidados a ser fieis ao anúncio do evangelho e ao Mestre que nos envia.