Evangelho do dia: Tudo o que fizermos deve ser feito de acordo com a misericórdia de Deus

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Um pensamento importante para o dia de hoje é este: manter a esperança. Segundo a carta aos Hebreus, que lemos hoje, Deus, para confirmar a nossa esperança, deu-nos um sumo sacerdote perfeito, Cristo, para que a sua glorificação seja também nossa. Assim, nossa esperança penetra até o véu do santuário, isto é, o céu, e isso nós conseguimos por meio do próprio Jesus.

Mas, além desses grandes motivos de esperança, Jesus, na sua vida histórica, nos deu muitos outros, diríamos pequenos, mas significativos. No evangelho de hoje, de Marcos 2,23-28, por exemplo, vemos a delicadeza d’Ele em defender os discípulos acusados de violar o sábado.

Em outras ocasiões, Ele se preocupa com o seu cansaço: “Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco”; Chama-os amigos; tem piedade da multidão que O segue; exalta o gesto da pobre mulher que coloca escondidamente a sua oferta no tesouro do templo; chora pela morte de Lázaro. São tantos os modos de demonstrar compreensão, amor, amizade por nós, antes da máxima prova final, que é difícil enumerá-las aqui.

Mais ainda: na defesa que faz dos seus discípulos contra as acusações dos israelitas zelosos, Jesus apresenta argumentos comuns, mas com princípios novos: “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado!”. A afirmação certamente repercutiu de maneira inesperada e surpreendente: o Mestre relativiza o valor do sábado! No Antigo Testamento, o sábado era um valor absoluto, e Moisés, por ordem de Deus, mandou que fossem condenados à morte aqueles que o violassem. Jesus agora coloca o valor na pessoa humana, nos seus direitos, acima dessa norma que os israelitas consideravam intangível.

Este evangelho nos ensina a ir contra todo tipo de rigidez cega, contra toda espécie de fanatismo. Podemos realizar, sim, sacrifícios, mas sempre à luz da misericórdia de Deus. É como São Paulo escreverá na primeira carta aos Coríntios: “se der o meu corpo para ser queimado, mas não tiver a caridade, isso de nada adiantará”.

É nesta perspectiva que deve agir o cristão. Há tantos idosos em muitas famílias que precisam de cuidados ou apenas da nossa companhia no fim de semana. Se preferirmos ir ao clube e deixá-los sob os cuidados de estranhos, não estaremos cumprindo com os nossos deveres de cristãos. Muitas vezes também somos intransigentes quando nossos gostos são contestados. Jesus quer que saibamos ser mais cordatos com os irmãos e que pratiquemos mais o diálogo do que a condenação.

Assim, nós abrimos todos os dias espaço para que a cura de Deus aconteça dentro do nosso coração, sem que nós mesmos o peçamos.

Fonte: La Chiesa