Evangelho do dia: Um evangelho para ser escutado com o coração

29/05/2011 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Como sempre acontece nas leituras propostas para o domingo, o trecho que iremos ouvir neste sexto domingo da Páscoa, tirado do evangelho de João 14,15-21, é somente uma parte do longo discurso que Jesus faz para os seus discípulos durante a última ceia. O discurso da última ceia é um discurso que tem começo, meio e fim, mas hoje temos a sensação de que se trata de algo incompleto.

Esse pedaço do discurso de Jesus aos discípulos é aqui relatado para nos preparar para a celebração do Pentecostes, que marca o fim do tempo pascal. O pentecostes, isto é, a lembrança do dom do Espírito Santo aos apóstolos 50 dias depois da ressurreição, não é apenas o fechamento do tempo pascal, no âmbito da morte e ressurreição de Jesus, mas é o ponto mais alto e o pleno cumprimento da Páscoa.

Sem o dom do Espírito, a morte e a ressurreição de Jesus seriam apenas coisas do passado, acontecimentos exemplares, que seriam contados como mito. Somente com o dom do Espírito, que desce nos corações de cada um e de toda a comunidade, os sofrimentos de Jesus, suas palavras, seus gestos e sua morte e ressurreição se tornam eternos, sempre presentes e eficazes.

Eis então que as palavras da Igreja adquirem o valor do anúncio antecipado deste grande dom. O Espírito de Deus, o seu sopro vital, entra no coração do discípulo e faz com que Jesus se torne eterno, mesmo depois da sua morte e de sua partida para o céu, com a ascensão, que será celebrada no próximo domingo.

As palavras deste trecho do evangelho são muito ricas e convidativas, como sempre acontece com o evangelista João. Pessoalmente, após uma leitura simples, não consigo captar imediatamente o seu significado, e a mensagem não me parece logo tão clara, como o seria se Jesus contasse uma parábola ou realizasse um milagre.

No entanto, depois de uma leitura atenta, tenho uma sensação de “calor” no coração. Consigo captar um sentimento de amizade profunda, de relação e de proteção.

Não quero transformar essa leitura num sentimento religioso fácil, mas acredito que seja importante escutar a Palavra de Jesus também com o coração e não somente com a mente.

Aliás, acredito que a intenção de Jesus seja justamente aquela de iluminar a mente aquecendo o coração ao mesmo tempo. Lembro-me aqui do trecho que fala dos discípulos de Emaús, no qual Lucas (cap. 24), em poucas palavras, relata as palavras de Jesus aos dois discípulos desiludidos e tristes, a partir das Escrituras, e fala de tudo aquilo que deveria acontecer ao Cristo, enviado de Deus ao mundo para salvar a humanidade.

Naquele trecho, é possível ter a sensação de calor profundo que o diálogo deixa em Cléofas e no outro discípulo (e eles disseram: “não ardia o nosso coração enquanto falávamos com Ele no caminho, enquanto nos explicava as Escrituras?”).

Jesus, no trecho do evangelho de hoje, quer plantar de maneira profunda no coração dos discípulos a certeza de que não largados à própria sorte. A relação com Deus não é um simples obedecer às regras deixadas por escrito num livro, com o único objetivo de se saber se existe ou não o juízo universal.

A fé é relação de amor: o discípulo acolhe os mandamentos e os observa, como diz Jesus, e o faz com espírito de amor, não como escravo ou por medo. A fé é, portanto,viver os mandamentos por amor e ter a certeza de que não fomos abandonados por Deus.

Aliás, pelas palavras de Jesus é possível perceber que o dom da relação com Deus é um dom definitivo, independentemente das obras que fazemos ou dos méritos que conquistamos: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará um outro Paráclito para que fique para sempre convosco” e ainda: “Ele permanecerá junto de vós e estará em vós”.

Esta é a vida cristã, esta é a base do ser comunidade de cristãos: o dom estável da presença de Deus, da ressurreição de Jesus. E este dom é estável porque é o Espírito Santo que age, sem ser uma conquista mental ou por merecimento.

O Espírito Santo é chamado Paráclito por Jesus. Foi traduzido por “consolador”, mas talvez seja melhor traduzido por “advogado de defesa”. Este é o amor de Deus por nós: uma defesa contínua e tão segura que certamente consola o coração, mas também leva a enfrentar a vida sem medo de dar testemunho.

Que o Espírito do Ressuscitado, o Paráclito enviado pelo Pai, nos sustente no nosso testemunho. Ajude-nos a não cair na tentação do pessimismo religioso, mas nos leve a construir conexões fortes e profundas com o céu, que depois sejam traduzidas em conexões fortes e profundas com os outros seres humanos sobre a terra.

O verdadeiro evangelho, inspirado pelo Espírito Santo, deve ser escrito em nossas vidas a partir da nossa profunda intimidade com Deus e deve se tornar fruto do amor que tivermos por quem vive ao nosso lado e ultrapassa os limites da nossa pequenez para alcançar os mais pobres da terra.

Fonte: Qumran

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