09/03/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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O terceiro filme do Homem Aranha tem uma trama especial. No começo, Peter Parker é bonzinho e está querendo pedir Mary Jane em casamento. Depois, com um uniforme totalmente modificado, passa a ter comportamentos estranhos. Do alto da torre de uma igreja, ele consegue se livrar da roupa que o havia tornado autoconfiante e sem nenhuma ligação entre o bem e o mal. No fim, após a luta com o Homem-Areia, Parker tem a revelação de que não foi ele quem matou seu tio Ben, mas outro seu comparsa. O último diálogo entre os dois é muito interessante. Flint Marko lhe diz: “não espero que me perdoe pelo que fiz, mas o que fiz foi para salvar a minha filha!”. O Homem Aranha, com sua identidade revelada, lembrando-se dos dias sem moral que viveu com aquela roupa preta, diz: “eu perdoo você!”.
Lembremo-nos do que disse Tio Ben a Parker no primeiro filme da série: “um grande poder exige uma grande responsabilidade”. Esse conselho deve nos ajudar a saber que dentro de nós existem pulsações fortes que nos levam a ter os mais variados sentimentos. Um deles, que os cristãos devem estar sempre atentos para praticá-lo, o do perdão.
O evangelho de hoje é tirado de Mateus 18,21-35. Motivado para chamar a atenção do Mestre, Pedro pergunta a Jesus quantas vezes devemos perdoar o irmão que peca contra nós. Jesus lhe diz que devemos perdoar setenta vezes sete, ou seja, infinitamente. Depois conta uma parábola aos discípulos, para ilustrar o que está dizendo. Um patrão, quando foi acertar as dívidas com os seus devedores, perdoou aquele homem que lhe devia mais. Porém, ao sair dali, aquele que foi perdoado não foi capaz de perdoar um devedor que lhe devia muito menos do que ele ao seu patrão. O patrão, ao saber do acontecido, ficou indignado. Mandou colocar seu devedor na prisão até que pagasse o último centavo. E Jesus concluiu assim a parábola: “É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
Só sabe perdoar quem já passou pela experiência do perdão. O povo de Deus estava acostumado ao perdão de Deus, mas nem sempre seus líderes eram capazes de entender o significado do perdão. Jesus, porém, ao estabelecer as regras da comunidade humana universal disse que os misericordiosos alcançarão a misericórdia (Mt 5,7). Quando esteve comendo com os amigos de Mateus, disse aos fariseus: “Misericórdia eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” (Mt 9,13). Mais adiante, afirmou: “se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas” (Mt 6,14-16).
Isso é somente uma amostra do quanto Jesus quer que nós vivenciemos o perdão. Se todos nós assistíssemos aos filmes com a finalidade de analisar os pequenos detalhes, certamente veríamos quanta lição eles nos querem dar. O filme do Homem Aranha é apenas um entre tantos outros que nos ajudam a entender a lição do perdão.
O perdão muda as pessoas para sempre. Foi assim que aconteceu quando o Papa Bento XVI recebeu em audiência aquela mulher que o derrubou nas celebrações do Natal. É assim que acontece também em tantas famílias nossas, cuja mulher ou o marido são capazes de perdoar uma traição. Também será assim se formos capazes de entender a situação do outro quando nos sentimos agredidos. Um cachorro nos ataca quando se sente em perigo. Os seres humanos não precisam revidar a um ataque ou atacar por conta de nada. Se somos cristãos devemos olhar as pessoas com respeito, benevolência, compaixão e misericórdia. Isso tudo faz com que nós mudemos a nossa maneira de agir. Os outros saberão que nós somos cristãos pela prática do perdão. E o perdão do cristão é infinito, como nos diz Jesus. Este é um poder que está em nossas mãos. Por isso, temos também uma grande responsabilidade.
Evento será realizado em sala de aula no bloco A
Inscrições podem ser feitas na internet, basta acessar ucdb.br/possaude