20/07/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-reitoria de Pastoral
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Segundo o IBGE, em 2008 apenas 49% dos 56 milhões de lares brasileiros possuem o arranjo tradicional composto por pais, mães e filhos. Em 1981, esse arranjo representava 61% dos lares. Isso quer dizer que houve uma mudança significativa no conceito de família de acordo com a geografia humana do Brasil.
O evangelho de hoje fala da família de Jesus. Logicamente, Mateus 12,46-50 não está falando da família em sentido estrito, como à primeira vista nós possamos imaginar. O evangelho diz que Jesus estava cercado por uma multidão no interior de uma casa. Seus parentes tentaram chegar onde Ele estava, mas não conseguiam. Alguém falou para Jesus que eles estavam fora, querendo vê-Lo. Então, Ele apontou para os seus discípulos e disse: “todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Jesus não é indelicado com a sua família. A mãe, segundo este evangelho, é o povo de Deus do qual nasceu Jesus. Os irmãos são os membros desse mesmo povo. Uma das marcas desse povo é a infidelidade ao projeto de Deus. Jesus, ao apontar os discípulos como seus novos irmãos e a sua mãe, está querendo dizer que um novo povo está surgindo. Esse povo tem como característica a capacidade de fazer a vontade do Pai, a partir daquilo que ouve d’Ele.
Num país considerado como o maior país católico do mundo, os arranjos familiares que vão surgindo mostram também que novos valores que vão sendo construídos. Mais do que criticar os lares que são comandados somente por mães ou por pais, ou o fato de que os avós estão cada vez mais assumindo os filhos dos filhos, nós, cristãos, precisamos estar atentos ao fato de que a família é um valor perene que precisa ser preservado. E nós preservaremos a família como ela é a partir do momento em que formos capazes de fazer a vontade de Deus.
Mas precisamos também estar atentos para o fato de que a família de Deus vai além dos laços familiares de sangue. Jesus, ao propor que humanidade faça a vontade de Deus, também está propondo que criemos no mundo uma família universal, cujos arranjos sejam capazes de gerar em seu seio a paz, a concórdia, a solidariedade e a fraternidade. Quando nós conseguiremos realizar esse desejo de Jesus? Quando deixarmos que Jesus entre de fato em nossa casa, que é o mundo, e fique rodeado pela multidão daqueles que desejam segui-Lo de coração sincero. Nessa roda, todos podem entrar, inclusive aqueles que ficaram de fora por razões que nem sempre conseguimos discernir. Ele vai apontar para nós e dizer: “vocês são meus irmãos e minhas irmãs, porque estão cumprindo com a vontade de meu Pai”.
Apresentações continuam nesta terça e quarta-feira no auditório do bloco A