Evangelho do dia: Vós sois meus amigos se fazeis o que vos mando

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Na antiguidade, a amizade era estimada sobre todas as coisas. Era considerada algo raro, característica de todo homem virtuoso e educado. Por isso, era também considerada como o mais espiritual de todos os tipos de amor.

Diferentemente do amor erótico, em que os amantes se amam pondo-se um diante do outro, os amigos ficam um ao lado do outro, olhando para o mesmo objetivo ou compartilhando um interesse comum: o verdadeiro, o bom e o bonito. Aquilo que une os verdadeiros amigos é a verdade que é fruto de uma vida virtuosa.

O evangelho de hoje, de João 15,12-17, diz: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei… Vós sois meus amigos se fazeis o que vos mando”.

Jesus chamou os seus discípulos mais próximos de “amigos” somente no fim da sua vida, depois de ter-lhes feito conhecer tudo aquilo que havia ouvido do Pai, depois de ter revelado a verdade àqueles que Ele havia escolhido.

Para provar que não existe amor maior do que o seu, Ele ofereceu a própria vida pelos seus amigos. Em consequência, aquilo que era raro na antiguidade, passou a ser algo comum entre os seguidores de Jesus. Como amigos de Jesus, na Igreja os diferentes se colocam ao lado uns dos outros para partilhar a amizade com Jesus e viver a verdade que Ele ensinou.

A verdade vivida na amizade entre irmãos que vivem a mesma fé destrói toda e qualquer barreira social, cultura ou racial; une os corações e os espíritos que buscam conhecer e viver a maior de todas as verdades que Deus colocou diante de nós: a nossa fé.

É assim que a Igreja é católica, como é católica a verdadeira amizade. É católica porque torna universais a amizade e a verdade, assim como todos os valores herdados de Jesus.

É por isso que os homens e as mulheres provenientes de ambientes mais diferentes podem se amar de verdade, como Jesus nos amou, e são capazes de transmitir isso aos filhos, partilhar entre os esposos, vivenciar no trabalho e viver na comunidade.

Lembremo-nos de que no final de nossa vida a única coisa que realmente será levada em conta será o que tivermos feito por Deus e pelos nossos irmãos.